terça-feira, 28 de abril de 2009

Gauchismos á parte







Outro dia me repassaram um e-mail exaltando a maravilha que é ser gaúcho, dizendo que os cidadãos de outros estados são “frustrados”, por não terem tido a oportunidade de nascer nesse estado tão maravilhoso.
Por favor, auto estima é ótimo, faz muito bem, agora excesso de auto-estima beira a doença, e precisa de uma intervenção psicológica ou psiquiátrica.
Sou gaúcha, gosto do meu estado, mas confesso que fico envergonhada quando vejo essa exarcebação em relação ao fato de ser gaúcho.
Acredito que só pessoas que nunca viajaram para fora do estado podem falar essas coisas. Só para esclarecer um pouquinho, sem a intenção de denegrir, mas para que as pessoas possam botar os seus pezinhos no chão, um pouco:

- Desde quando o Ronaldinho é o melhor jogador do mundo? Não entendo nada de futebol, mas que eu saiba essa fase já passou;
- Que estado tão politizado é o nosso que elege Sérgio Zambiasi, Eliseu Padilha e Vieira da Cunha que estão levando as famílias para fazer turismo com o nosso dinheiro, nessa farra das passagens?
- Agora, no resultado do ENEM 2008, o Rio Grande do Sul não teve uma única escola particular colocada entre as vinte melhores do país e apenas uma escola entre as vinte melhores públicas, que é o Colégio Militar de Porto Alegre;
- No último provão da SEC, mais de 80% dos alunos das escolas estaduais ficaram abaixo da média esperada;
- Porto Alegre tem a cesta básica mais cara do país;
- Já andei por alguns estados, e confesso que em nenhum vi um povo que dirige tão mal quanto o gaúcho, acredito que Porto Alegre é o único lugar do mundo onde o trânsito flui mais na faixa da direita, e a da esquerda fica reservada para os que querem andar em câmera lenta. Mais, gaúcho não dá passagem para ninguém (com raras exceções), será que pensam que vão deixar de ser os “tais” se derem a vez para outro motorista?
- Agora acredito que saiu dos livros escolares, mas há um tempo atrás, adoravam dizer que Porto Alegre era a capital mais arborizada do País, quando se sabe que na verdade é João Pessoa na Paraíba.
- Os índices de criminalidade em Porto Alegre, pelo que se vê nos jornais só deve estar perdendo para o Rio de Janeiro.
- Alguém que conhece as praias de Santa Catarina, Natal, Maceió, Fortaleza, João Pessoa e outras, o que tem a dizer sobre o litoral do nosso estado?

Como eu disse a intenção não é denegrir ou diminuir ninguém. Mas acredito que as pessoas precisam se dar conta que ninguém é melhor do que ninguém, somos diferentes, sim, temos nossas peculiaridades, assim como as tem os paulistas, os cariocas, os cearenses, os pernambucanos, enfim. Vamos parar com essa mania de nos acharmos melhores que todo mundo, isso não é verdade, porque quando se começa com essa história, por trás vem algo que considero muito sério, a discriminação, o preconceito, e a implantação da idéia de que tudo aquilo que é diferente da gente não presta.

Uma coisa tenho certeza, melhor que ser gaúcho, paulista ou carioca, é ser Brasileiro!


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Eu acredito na paz.




Ainda bem que não estamos na Idade Média, pois com certeza eu seria queimada na fogueira pelas palavras que escreverei. Outro dia só em sugerir que os professores pudessem refletir sobre suas práticas e entendessem que são seres humanos factíveis de erro, recebi palavras da mais baixa ordem. Imaginem agora eu falando sobre a relação pais-filhos.

Mas vamos lá, que venham as pedras... Durante essa semana fique abalada pela notícia da mãe que matou o filho usuário de drogas, talvez porque eu tenha um filho (não usuário de drogas) com problemas comportamentais, fiquei muito sensibilizada com essa história.

Não quero julgar e muito menos atirar a primeira pedra, mas será que a história precisava ter tido esse desfecho? Será que essa mãe no momento em que saiu para pegar uma arma (acredito que pessoas pacíficas não tem armas dentro de casa) não poderia ter se trancado e chamado a brigada militar?

Acredito que nada acontece por acaso e que os filhos são resultado da educação e da formação que recebem (tirando-se as patologias é claro). E com conhecimento de causa quero dizer aqui que crianças abandonadas, não são aquelas que vem na janela do nosso carro pedir moedinhas na sinaleira e nem aquelas que dormem nas calçadas de nossas cidades em cima de papelões.

Crianças abandonadas também se encontram dentro de belas mansões e estudando em escolas caríssimas. Conheço histórias de mães que ao terem seus filhos os entregam ao cuidado de babás, e quando vão revistas e jornais fotografá-las em suas casas, sentam na cadeira de balanço com o bebezinho no colo, como se fossem a mais doce das mãezinhas. Sei da história de um menino que o mínimo (15 anos) de dinheiro que ele anda no bolso é R$ 500,00, freqüenta a casa de uma amiga minha e se sente bem lá, pelo aconchego de família que paira no ambiente, essa amiga nunca viu os seus pais, sabe que é um médico bem sucedido que ela vê nos programas de TV, outro dia encontrou esse Sr. na porta da escola e foi se apresentar como a mãe que recebia o filho dele em sua casa, ele meteu a mão no bolso e deu uma nota para ela comprar um livro que o filho precisava, minha amiga “desceu das tamancas”, virou as costas e foi embora...

Estou citando esses exemplos para que possamos entender, que se um filho nosso se perdeu pelo caminho, será que nós como pais fizemos tudo o que podíamos? Será que um lar onde se vive de acordo com os ensinamentos do Cristo dá brecha para esses tipos de acontecimentos? Será que conversamos sobre drogas o suficiente com nossos filhos? Será que deixamos nossos filhos desejarem e esperarem por determinados objetos ou no momento em que eles manifestam um desejo já vamos correndo atender?

Uma criança que não convive com frustrações irá tolerar a frustração quando entrar na adolescência ou irá procurar a fuga nas drogas?
Tem um texto que circula na Internet chamado “Mães Más”, de acordo com esse texto acho fundamental que sejamos “Pais Maus”, que sejamos chatos, que queiramos saber onde nossos filhos vão, quem são os seus amigos e a família dos seus amigos, que tenham horário para voltar, que se responsabilizem pelos seus atos.

Muitas vezes recebi em minha casa para dormir, quando meus filhos eram pequenos crianças de seis, sete anos que eu não conhecia os pais, simplesmente largavam no meu portão e iam embora, sorte desse pais que na minha casa não tinha um pedófilo, um traficante... e se tivesse? E se seu filho tivesse sido abusado, fotografado e suas fotos circulado pela internet? É um risco que eles correram ao largar seus filhos para dormir na casa de alguém que não conheciam.

Então minha gente, que fique claro, por melhores que procuremos ser, por mais amorosos (excesso de amor também faz mal) que sejamos, também temos falhas enquanto pais. Se um filho nosso está passando por dificuldades, além de procurar ajuda de profissionais para esse nosso filho, temos que procurar ajuda também para nós, para que aprendamos a lidar com a situação.
Como eu disse anteriormente, falo com conhecimento de causa, já trabalhei com jovens que precisei colocar no meu carro e levar para o HPS, tendo uma overdose, ou então fui chutada no peito tentando segurar uma criança no desespero pelo crack, perdemos algumas dessas crianças, mas salvamos a maioria, só com apoio, com carinho e com ajuda de psicólogos e médicos é claro.

Apesar da dor e do sofrimento, nunca pensamos em dar um tiro para acabar com o sofrimento de qualquer uma das partes, chegamos sim a abrir o portão e mandar embora, depois de inúmeras tentativas fracassadas.

Se essa mãe tivesse a consciência tranqüila de ter feito tudo por seu filho, será que não teria sido mais fácil tomar essa atitude, abrir o portão e mandar embora, dar uma basta na situação, será que precisava tirar a vida?

E o que me chocou mais ainda foram os comentários colocados na internet a respeito dessa notícia, alguns dando parabéns a mãe por ter eliminado o monstro, hoje pela manhã em uma pesquisa de uma emissora de rádio, mais de oitenta por cento dos ouvintes concordaram com a atitude da mãe.

Quanta violência, parece que as pessoas tem sede de vingança e acreditam que violência só se resolve com violência. Pode ser que eu esteja delirando, que seja uma louca, mas eu ACREDITO NA PAZ, acredito que violência pode ser minimizada com atitudes pacíficas.
Agradeço comentários a esse respeito, quero acreditar que não estou sozinha.

sábado, 11 de abril de 2009

Em defesa dos abrigos





Estive pensando sobre algumas pessoas que defendem a extinção dos abrigos. Ainda outro dia vi um conselheiro tutelar afirmar com muita convicção “nós somos contra a abrigagem.” Na hora pensei em colocar o meu ponto de vista, mas o momento não era adequado e deixei passar.

Fiquei, então, refletindo sobre a opinião desse conselheiro e de tantas outras pessoas que defendem essa tese, e me dei conta, mesmo trabalhando em um abrigo de menores, de que, em condições ideais, eu também preferiria que eles não existissem. O que eu gostaria mesmo é que todas as crianças viessem ao mundo em condições dignas, como todo e qualquer ser humano merece.

Começaria pela gestação. Que todas as mulheres tivessem a opção de planejar a gravidez, ter um bom pré-natal, fazendo todos os exames necessários e que, ao nascer, os bebês pudessem ter um pai e uma mãe a cuidá-los, amparando-os, protegendo-os e dando-lhes todo o amor de que toda criança necessita.

Gostaria, também, que todas as crianças tivessem uma moradia digna, com eletricidade e saneamento, acesso à escola (de qualidade), com atendimento médico e quatro refeições por dia, e, se não fosse pedir demais, que pudessem praticar algum esporte. Mas, voltando ao mundo real, sabemos que isso é apenas um devaneio, uma utopia.

Infelizmente, tenho visto a cada dia mais crianças nas ruas e cada vez menores. Perdoem-me o termo prosaico, mas como dizia minha avó, “meninas que não sabem lavar as suas calcinhas”, grávidas, carregando em seus ventres mais crianças para habitarem as ruas de nossa cidade, pois se elas não conseguem cuidar do seu corpo e evitar uma gravidez, como irão proteger e cuidar de outra criança?

E são os filhos dessas “meninas”, que recebemos em nossa casa: preferimos não usar a palavra abrigo e sim casa, pois nossa intenção é proporcionar condições mais próximas o possível de um lar. Estas crianças chegam magras, feias, sujas, com piolhos, ferimentos, tristes e arredias; o único toque que conhecem é o da violência.

Depois de um tempo, estas crianças (todos meninos) são outras: alegres, carinhosas, doces, bonitas, vão à escola, têm atendimento médico e psicológico, praticam esportes, têm uma alimentação de qualidade, atividades de lazer, e começam a sonhar com um mundo diferente daquele que conheciam.

Sentem falta dos pais, sim, pois apesar de tudo o que a vida lhes negou e a despeito de todo o afeto e cuidados que lhes proporcionamos, elas gostariam de ter um pai e uma mãe como as outras crianças têm. Todavia, mesmo sendo crianças, conseguem ter o entendimento de que aquele lugar é o melhor para elas, e que família verdadeira é constituída mais por laços de afeto, respeito, carinho, do que por consangüinidade.

Não posso falar pelos outros abrigos porque desconheço como se dá o trabalho na maioria deles, mas acredito que, como a equipe da nossa casa, devem estar repletos de boas intenções, querendo fazer o bem, pois acreditam e desejam uma vida melhor para as crianças sob seus cuidados.

Então, vamos deixar de ser hipócritas e defender interesses particulares ao afirmar que o melhor para a criança é ficar com a família. Como dizer isso quando se tem conhecimento de pais que violentam seus filhos, que lhes dão surras diárias? Ou quando os forçam a se prostituírem, a pedir esmolas e a muitas outras ignomínias, sabendo-se que tais atrocidades deixam seqüelas incuráveis ou, até mesmo, levam à morte? Como acreditar que esse tipo de “família” pode ser saudável para uma criança?

Devemos nos mobilizar, sim, mas para que se implementem políticas públicas (eficazes) de planejamento familiar para que, num futuro próximo, seja diminuído o número de crianças nas ruas. E enquanto isso não acontece, vamos lutar para que novos espaços de abrigagem possam ser abertos, garantindo que crianças abandonadas possam ter um crescimento físico e psicológico saudável, pois só dessa forma, com um mínimo de igualdade entre todas as crianças, vamos poder pensar em construir uma sociedade mais justa e fraterna para todos.


Jane Macedo

A vida é como o Tetris











Tem um joguinho antigo chamado Tetris ( hoje disponibilizado na Internet, no meu tempo era uns aparelhinhos manuais) que consiste em encaixar blocos e vai se somando pontos, conforme a quantidade de blocos encaixados.

Passo um tempo sem jogar, mas quando resolvo, não quero parar pois a vontade de conseguir superar os pontos obtidos é cada vez maior.

Outro dia, estava jogando e no começo de uma nova partida vi que havia feito uma mancada e jogado de forma errada, então “pensei com meus botões”, vou jogar sem compromisso, só para ver no que vai dar, relaxei e em vez de ficar querendo obter pontos, fiquei só brincando, pois bem foi a maior pontuação que já consegui.

Depois dessa partida fiquei comparando o Tetris com as nossas vidas e pude ver como podem ser semelhantes.

Quando estamos com uma dificuldade grande, um problema muito sério, mergulhamos de tal forma nessa situação, que bate o desespero e não conseguimos ver uma saída, encontrar uma solução para aquela situação que nos aflige.

Mas, se ao contrário desse comportamento, fizermos como eu fiz na partida de Tetris que considerava perdida, deixar correr para ver o que acontece, com certeza acabaremos encontrando uma solução.

Não estou sugerindo que sejamos irresponsáveis, desligados e sim que diante de uma situação complicada procuremos enxergar outros fatores positivos que existem em nossas vidas, outras alternativas, e principalmente que tenhamos confiança em Deus que nunca deixa os seus filhos desamparados.

Muitas vezes mergulhamos de tal forma em um problema e acabamos perdendo a condição de enxergar quantas oportunidades maravilhosas são colocadas em nosso caminho, acabamos sufocando sentidos e deixando de perceber um lindo dia de sol, o canto dos pássaros no nosso quintal, uma nova flor que desabrochou em nosso jardim e dessa forma colocamos de lado esses presentes divinos que nos são oferecidos a cada novo dia que começa.

Que tal enfrentarmos nossas dificuldades como uma jogada de Tetris sem compromisso? Não tenho a menor dúvida que conseguiremos uma excepcional pontuação.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Leite condensado caseiro


Esta é para as "formigas" de plantão. Bateu aquela vontade de detonar uma lata de leita condensado e não tem o famoso aí da foto em casa? Não se aflija, seus problemas acabaram, a dica não é das Organizações Tabajara, mas vale a pena, fica igual.


Coloque no liquidificador 1 xícara de leite em pó, 1 xícara de açúcar cristal e 1/2 xícara de água fervente. Bata por 5 min (ligando e desligando para não avariar o aparelho), se a vontade for muito grande, coma assim mesmo, mas se der para esperar um pouquinho leve ao refrigerador por duas horas. É muito Bom!!!!!!

Sejamos Egoístas!!!!!


SEJAMOS EGOÍSTAS!




Outro dia em uma reunião pública comentávamos sobre o quanto ainda somos egoístas, que não praticamos o bem pelo convencimento da importância de praticar o bem e sim porque no fundo sempre esperamos levar uma vantagenzinha. É verdade, somos ainda seres cheios de falhas e imperfeições, mas mesmo que no fundo tenha uma prática egoísta, acredito que o importante é praticarmos o bem.

Fiquei fazendo depois dessa reunião uma auto reflexão sobre o tema e tentando ver esse tipo de comportamento egoísta na minha pessoa, e não foi difícil encontrá-lo.

Adotei a prática de dar carona para os colegas de meus filhos no trajeto de ida e volta para a escola. Por que eu sou boazinha? Não, porque eu sou egoísta, se eu levar três colegas de carona, são três carros a menos que estarão atravancando meu caminho no trânsito.

Eu reciclo o lixo produzido na minha casa, uso sacolas retornáveis, na medida do possível planto árvores, enfim procuro cuidar bem da natureza. Porque tenho consciência ecológica? Não, porque sou egoísta e estou pensando no futuro dos meus filhos e netos, quero que eles tenham ar puro, água potável, enfim um planeta habitável.

E por aí afora vão pequenos gestos que faço, e acredito que a maioria das pessoas fazem, pensando no seu bem estar, mas apesar da intenção que fundamenta esses gestos não ser a mais nobre, o importante é que o resultado final será positivo, beneficiando várias pessoas.

Então se ainda não desenvolvemos a capacidade de praticar o bem somente pela alegria e felicidade que essa atitude nos proporciona, que sejamos egoístas sim, pois como todos nós estamos destinados ao progresso e a evolução, com esse pequeno começo e treinamento (ainda que egoístico) chegará o dia em que a prática do bem será tão natural e automático em nossas vidas como é natural o ato de respirar e não mais seremos movidos pelo egoísmo e sim pelo amor que desabrochará através das sementes que estão plantadas em nossos corações.


Bom final de semana a todos!!!!