domingo, 23 de maio de 2010

Crianças Abandonadas



Os meios de comunicação diariamente nos trazem notícias do abandono a que crianças e jovens são submetidos, são casos de drogadição, violência, pedofilia e todo o tipo de crueldade possível. Na maioria são crianças oriundas de famílias humildes e moradoras de comunidades pobres.
Mas tem um outro tipo de abandono do qual nossas crianças e jovens são vítimas e que não viram destaque na mídia.
Quero tratar aqui das crianças que moram em boas casas, estudam em boas escolas, tem condições (não disse que tem) de ter uma boa alimentação, usam roupas da moda e no entanto estão completamente abandonadas, sós, largadas a própria sorte.
Conheço algumas crianças e jovens nessa situação e é triste ver o estado em que se encontram. Os pais a quem cabe orientar e educar muitas vezes se separaram e ficam jogando o filho um contra o outro, fazendo chantagem emocional, se preocupando mais com os seus dilemas do que o bem estar do filho. Após a separação o pai quarentão ou cinqüentão resolve virar “gatinho”, vai fazer academia, compra roupas transadinhas, barco para navegar no Guaíba, a mãe de cara quer perder dez quilos, coloca aparelho nos dentes, muda a cor do cabelo, e, assim com todas essas novas preocupações na vida de “novos solteiros” para mostrar qual o que está melhor esquecem dos frutos da união que não deu certo.
Os filhos perdidos começam a “aprontar” na escola, as notas caem, aos doze ou treze anos bebem até cair e muitas vezes costumam questionar a própria sexualidade, tem certas “tribos” nas quais virou moda ser homossexual, não que eu tenha algum tipo de preconceito em relação a esse tema, deus me livre, acredito que as pessoas tem que ser felizes com as opções que fazem para as suas vidas, estou tratando aqui de promiscuidade, dessas crianças e jovens que para chocar, para chamar a atenção acham bonito se dizerem gays, ainda estão descobrindo seus novos corpos de adolescente, mas diante da desorientação acabam fazendo escolhas que terão reflexo negativo em seu futuro.
Como falei da alimentação antes, estas “crianças abandonadas” sempre tem dinheiro no bolso para comerem as porcarias que quiserem na rua, mas um bom prato de arroz com feijão e bife, ou um belo bolo de chocolate no lanche da tarde não faz parte de suas histórias.
Para não generalizar, nem todas essas crianças são filhas de pais separados, porque tem pais separados que são excelentes pais, tem muita família “organizada” que também expõe os filhos a esse abandono, outro dia li o relato de uma babá, dizendo que a mãe só pegava o bebê no colo quando o jornal ia fotografá-la para a coluna social, depois disso nem lembrava que tinha um bebê para cuidar.
Resolvi escrever sobre esse tema porque acredito que precisamos refletir sobre a missão de pai e mãe, nenhuma criança vem parar em nossas vidas por acaso, temos a obrigação de educar, passar valores sólidos, procurar criar seres humanos de bem, esse é o nosso papel como pais.
Então que nos armemos de todo o amor, toda a paciência, toda a bondade que exista para que no dia em que ouvirmos a pergunta “o que fizestes com os filhos que te dei”? possamos responder: eu me dediquei, fiz tudo o que estava ao meu alcance cuidei bem do filho que me foi confiado e hoje ele é um homem de bem
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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sobre Tênias e Centopéias






“Bom professor é aquele que ensina e bom aluno é aquele que aprende”;
“Bom professor é aquele que em qualquer nível, exigindo disciplina, aplicando o método adequado a cada matéria e utilizando os recursos necessários alcança seu objetivo”;
“Ensinar é sinônimo de disciplina exigida e conteúdo transmitido”;
“É possível que meus alunos não tenham aprendido muito comigo. Mas é absolutamente certo que eu nunca aprendi nada com eles. Meus alunos nunca me ensinaram nada”.

Não eu ainda não enlouqueci, pelo menos não totalmente. As frases acima não são minhas e sim de um professor (??) e foram publicadas Jornal Zero Hora, em uma página que expressa a opinião do leitor, no dia 02/02/2010.

Fiquei chocada ao ler tal texto, sabendo que ele partiu de alguém que se intitula professor, sim se intitula, porque na minha opinião o ofício de professor vai muito além de títulos acadêmicos.

E as frases acima citadas são uma pequena parte, pois o autor do texto sugere que professores que dizem aprender com seus alunos não merecem sequer ser chamados de quadrúpedes e merecem sim o título de centopéias que são seres rastejantes.

É claro que acredito que um professor não irá aprender matemática, física ou qualquer outra disciplina com seus alunos, afinal desse conhecimento o professor é o detentor.

Mas penso que bons professores aprendem a todo instante com seus alunos, colegas, amigos, familiares, afinal antes de ser professores são seres humanos e aprender é uma condição inerente a raça humana e aquele que acha que já aprendeu tudo é um pré-destinado ao fracasso como profissional e como ser humano.

Paulo Freire na sua obra Pedagogia do Oprimido nos diz: “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”.

É essa a minha crença. Acredito que ensinar é uma troca constante entre educador e educando, mediatizados como diz Freire pelo mundo, ou seja, por todas as questões sociais, econômicas e espirituais que envolvem os dois.

Ninguém é dono da verdade, ninguém possui todo o saber. Aprender é uma condição dos seres pensantes, só não aprende e muda de idéia quem não pensa, não reflete, e quem está nessa condição não pode se intitular professor.

Ainda citando Paulo Freire na mesma obra citada anteriormente ele diz: “Como posso dialogar, se parto de que a pronúncia do mundo é tarefa de homens seletos e que a presença das massas na história é sinal de sua deterioração que devo evitar?” ou ainda “Como posso dialogar, se alieno a ignorância, isto é, se a vejo sempre no outro e nunca em mim?”

Ou seja, se eu me considero um ser seleto escolhido pelos Deuses para subir em um pedestal e “ensinar” não vou conseguir dialogar e onde não existe diálogo não existe aprendizagem e esse tipo de professor não merece nem o título de centopéia, talvez ainda esteja na condição de uma simples Tênia, para chegar a centopéia levará muito tempo, afinal rastejar requer uma certa inteligência.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Não menosprezem nossa inteligência



“Se beber não dirija”, “beba com moderação”.

Desconheço campanha publicitária mais hipócrita do que essas duas. É um absurdo a propaganda de cervejas na TV (sem mencionar rádios e revistas): fazem uma divulgação imensa de uma droga e depois pedem para bebê-la com moderação.

Hoje, 16/02, até ás 12hs já haviam acontecido 70 mortes violentas no nosso estado(RS) desde sábado; somente óbitos, não entram aí os que ficaram mutilados e/ou com seqüelas para o resto de suas vidas. Sem dúvida, sem o consumo exagerado de bebidas alcoólicas fermentadas ou destiladas, essa tragédia urbana seria drasticamente reduzida.

Felizmente há um bom tempo foi banida a propaganda de outra droga hedionda, o cigarro. Que poderio tão grande tem a indústria da cerveja, que patrocina futebol, carnaval, novelas, filmes etc. Enfim, qualquer tipo de entretenimento tem por trás uma marca de cerveja.

Como é que uma droga – não esqueçamos que o álcool etílico é uma droga entorpecente – pode ser associada a uma atividade saudável como a prática de esportes. Até o técnico da seleção de futebol não escapou e está falando na TV que é guerreiro por ingerir cerveja de determinada marca. Por favor, não menosprezem nossa inteligência.

Cadê os responsáveis pela criação das leis nesse país que não estão vendo a matança promovida pelo consumo excessivo de álcool. Os dados que citei acima são apenas do Rio Grande do Sul, imaginem, no país inteiro, quantas famílias destruídas, quantas desgraças decorrentes dessa publicidade massiva do consumo de cerveja.

Não estou aqui posando de moralista, pois eu gosto de um bom vinho no inverno e uma cervejinha no verão. Falei uma latinha, duas no máximo, e se eu for dirigir não tomo nem meio gole. Sabemos, entretanto, que essa não é a realidade para todos, visto que estamos vendo todos os dias pessoas que não se aguentam em pé de tão embriagadas entrarem em um carro, saírem dirigindo e matando quem passar pela frente...

Como educar e criar uma consciência verdadeira do perigo decorrente da mistura de álcool e direção se temos, na contramão, grandes redes de TV mostrando que determinada marca de cerveja vai fazer você se dar bem e “pegar” toda mulherada, ou que se você é “guerreiro” tem que beber a marca do técnico da seleção ou do jogador pentacampeão?

Pensemos nisso e, na medida do possível, cobremos das autoridades competentes a criação de leis que proíbam a propaganda de bebidas alcoólicas, como aconteceu com o cigarro. Sei que é uma guerra desigual pois o poderio dessas indústrias é imenso, mas que sejamos como o beija-flor que tenta apagar o incêndio na floresta.

Façamos a nossa parte.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Heróis


A tragédia que se abate sobre o Haiti (o terremoto de 12/01/2010) comove a todos. Um país, que já vivia em condições de miséria quase total, passando agora por toda essa calamidade deixa qualquer um consternado.


Mas, essa situação de calamidade trouxe à tona uma verdadeira legião de heróis, além dos próprios haitianos que conseguem sobreviver frente a todas essas adversidades, a imprensa nos mostra pessoas de várias partes do mundo se mobilizando para socorrer esses irmãos tão sofridos.


O que falar então dos nossos bravos soldados brasileiros que são um verdadeiro alento para a dor dos haitianos. O trabalho que nossos militares fizeram naquele país é reconhecido pelo mundo inteiro: conseguiram implantar a paz quando a desordem imperava beirando o caos total. As crianças do Haiti olham para os soldados brasileiros com brilho nos olhos, penso que, além de agradecidos, sonhando em um dia virem a ser um daqueles homens de farda.


Imagino o orgulho que os familiares desses brasileiros devem sentir quando veem seus filhos puxando um ser humano semimorto dos escombros, fazendo um parto improvisado, ou apenas confortando quem não agüenta mais tanta dor.


Esses são heróis no sentido real da palavra, diferentes daqueles de que se ouve toda noite em nossos televisores: "- Nossos heróis estão de volta!"
É assim que o apresentador Pedro Bial se refere aos participantes do BBB: jovens desocupados, corpos sarados, caras e bocas, para não falar de outras partes, íntimas, expostas para milhões de brasileiros. Vinte e quatro horas por dia de ócio, bebendo e falando abobrinhas.


Realmente estamos muito carentes para aceitar passivamente que um bando de desocupados sejam chamados de heróis. Por favor! Nossos ouvidos não são privadas para que fiquem depositando dejetos neles. Vamos procurar conhecer o sentido verdadeiro da palavra herói.


Segundo o Aurélio, o significado de herói é “homem extraordinário pelos feitos guerreiros, valor ou magnanimidade”, quais são os feitos guerreiros dos BBBs? E a magnanimidade então?? Só se for em bundas e peitos siliconados.


Acredito que não precisamos nos deter nos dicionários, pois temos heróis verdadeiros nos homens e mulheres que estão muitas vezes ao nosso lado. Trabalhadores que ganham um salário de miséria, pegam ônibus lotado pela manhã e, à noite, voltam para a casa com minguados trocados para saciar a fome de seus filhos, e mesmo assim, vivendo com toda essa miséria, escolhem dizer não ao mundo do crime, do tráfico, da marginalidade. Estes sim são heróis de verdade, pois frente a todas as adversidades podem olhar seus filhos de cabeça erguida e cobrar deles estas mesmas atitudes dignas.


Herói é também o piloto americano que, diante de uma situação desesperadora, conseguiu manter o equilíbrio e usar seus conhecimentos para pousar o grande jato na água, salvando a vida de mais de 150 pessoas.


Heróis são os cientistas que passam suas vidas trancados em laboratórios, deixando de lado muitas vezes seus entes mais próximos, pesquisando medicamentos para aliviar a dor e curar doenças da humanidade.


Heróis são os soldados do corpo de bombeiros que não medem esforços e colocam suas vidas em risco para salvar a vida de seus semelhantes: já vi em reportagens estes homens chorando por terem perdido uma vida ou trazendo mais uma ao mundo em um parto de emergência.


É desolador ver o que o poder do dinheiro faz com as pessoas, pois só este fator (eu acredito) pode fazer com que um jornalista reconhecidamente inteligente, competente, conhecedor de várias culturas, vir a classificar como heróis pessoas frívolas que só querem aparecer e ganhar dinheiro sem trabalhar. Deve ser muito bem pago para falar tais sandices.


Optei por não "dar uma espiadinha". Nesse horário pretendo ler um bom livro ou ver um bom filme. Quanto aos heróis fabricados pela mídia, prefiro o Homem Aranha ou talvez o Batmam.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Mães Más (minha versão)


Mães tem uma tendência para se culparem por tudo o que acontece com seus filhos. Se estão
resfriados, se estão tristes, se foram mal na escola, se levaram um fora do namorado (a), enfim, tudo o que acontece na vida dos nossos rebentos parece ser nossa culpa.

Talvez a psicologia tenha alguma explicação para esse drama materno, eu desconheço.

Mas o que eu gostaria de dividir com mães e pais em geral é que se temos a certeza de que educamos nossos filhos com valores verdadeiros, se oferecemos a eles o que de melhor nós temos dentro de nós, a nossa essência mais pura de amor, bondade, afeto, que não nos preocupemos. Eles saberão fazer as melhores escolhas para suas vidas, mesmo que acreditemos que estão indo por um caminho errado, chegará o momento em que irão parar e lembrar de nós pais e irão retornar.

No último mês tive uma experiência que me convenceu plenamente do que estou falando. Tenho dois filhos de 14 anos e uma filha de 19. Pois bem, a minha filha e um dos meninos sempre tiveram dificuldades de relacionamento, sempre implicando um com outro, durante quatorze anos.

Eu nunca impus que eles precisavam se amar pelo fato de serem irmãos, mas sempre os orientei que não era por acaso que estavam na mesma família e que haviam escolhido serem irmãos, que refletissem sobre isso, será que não estavam perdendo uma oportunidade?

Então em Dezembro meu filho ficou em recuperação em três matérias: português, matemática e inglês. O irmão que é bom em matemática o ajudou nessa matéria, eu o ajudei em português e minha filha se ofereceu para ajudá-lo em inglês, sem ninguém pedir e o ajudou muito, estudaram juntos durante todo um final de semana e ele conseguiu ser aprovado em todas as matérias, só que em inglês com a nota máxima e quando chegou em casa foi agradecer á irmã.

Agora a situação se inverteu, minha filha passou o ano todo estudando para o vestibular e está nervosa com a proximidade das provas. Durante o jantar o irmão a acalmou dizendo que ele também havia passado por uma prova difícil e que havia conseguido a aprovação e depois veio me dizer que iria fazer uma prece pedindo para que a irmã conseguisse ser aprovada.

Fiquei muito feliz com tudo isso, porque ás vezes educar é muito difícil e como falei da culpa, nos questionamos se estamos fazendo o melhor, mas quando acontece uma situação dessas eu penso: _ Meu Deus, muito obrigada, acho que estou fazendo a coisa certa.

Resumindo, é isso que gostaria de dividir com meus diletos amigos. Como diz o texto que circula na Internet “Mães Más”, que sejamos mães más, que cobremos dos nossos filhos para que cumpram com suas obrigações, afinal ninguém tem só direitos, e os estudiosos e teóricos que são contra, me desculpem, mas uma chinelada no traseiro de vez em quando não traumatiza coisa nenhuma, se os políticos lá de Brasília tivessem tido Mães Más, talvez as coisas em nosso País hoje não estivessem do jeito que estão. Bem como essa bandidagem toda que está por aí, se tivessem tido mães que soubessem impor autoridade e limites em vez de ir na escola reclamar das professoras ou chorar para o juiz dizendo que seu filhinho é inocente em vez de exigir que ele reparasse o mal praticado, quem sabe as prisões não estivessem tão abarrotadas de criminosos.

Pensemos nisso e sejamos um pouquinho mais Más com nossos anjinhos!