segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

FILHOS





Vinicius de Morais falava em um poema “ (...)Filhos, melhor não tê-los (...)”, e foi pensando sobre isso que resolvi escrever...

Hoje li no jornal a história de um menino que se suicidou em 2006, com 16 anos, aqui em Porto Alegre. A reportagem falava que esse menino vivia totalmente isolado (do mundo real) em seu quarto, vivia no mundo virtual da Internet e pelo que falava a reportagem era um gênio, falava inglês e francês, sendo que usava praticamente só o inglês para se comunicar com os amigos virtuais, e, tinha um grande talento musical, talento tão grande, que após a sua morte, seu pai encontrou várias músicas de sua autoria no PC e resolveu lançar um CD, com essas composições inéditas, tinham músicas suas que tocavam em baladas na Europa.
Segundo a opinião do pai desse garoto, ele não agüentou a pressão do mundo real, devia ter uma sensibilidade tão grande que o levou a desistir, fugir da pressão que é habitar esse nosso planetinha.
Fico então pensando na grande responsabilidade que nós pais temos enquanto educadores e co-formadores de seres que estão sob a nossa tutela. É fundamental estarmos “de olho” nas mínimas atitudes e gestos de nossos filhos para tentarmos entender o que acontece com eles, já que na maioria das vezes não dividem suas histórias conosco.
Muitas vezes também, com a melhor das intenções, acabamos levando nossos filhos para caminhos que não são os mais indicados para eles e depois pode ser tarde para trazê-los de volta.
Dora Incontri, uma educadora espírita, autora de vários livros sobre educação fala que ás vezes nossos filhos demonstram talento para determinada atividade e nós acabamos incentivando-os a colocá-las em prática e pode ser que tenha sido justamente por isso que eles tenham perecido em outra vida , e vindo nessa (vida) para resgatarem e fazer de outro modo a sua caminhada, e nós, pais, sem nos darmos conta acabamos empurrando-os para repetirem a mesma história.
E como filhos não vem com bula ou manual de instruções, resta-nos o bom senso, a ética, e para quem acredita a Fé em Deus como auxiliares na tarefa de educar, é uma pena que os pais desse menino que se suicidou não tenham conseguido fazer parte do seu mundo, auxiliando-o a resolver os seus conflitos, a enfrentar a sua caminhada com dores e alegrias para que quem sabe ele próprio pudesse estar hoje lançando o seu CD, e não recebendo uma homenagem póstuma.
E a despeito do Vínicius ele também diz “(...)que coisa linda que os filhos são”, é verdade, então que Deus nos proporcione sabedoria suficiente para encaminharmos bem estes irmãos que estão sob nossa guarda temporária.



Jane Macedo (janemacedo.poa@hotmail.com)

Porto Alegre/RS

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