segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Feliz Nata!!!


Estamos chegando ao final de mais um ano e parece que a cada ano que passa as pessoas ficam mais desesperadas nessa época, é um tal de comprar e comprar que não acaba mais, pessoas que não tem a mínima condição acabam assumindo dívidas para todo o ano que se aproxima porque a TV diz que elas precisam comprar, afinal é Natal e como deixar seus familiares e amigos sem receber os tão esperados presentes.
É triste ver que a maioria das pessoas nem lembram o que se comemora no Natal e esquecem o principal personagem da festa.
Felizmente consegui me libertar dessa doideira e decidi que dou presentes quando eu quiser dar e para quem eu quiser dar, que não é a TV, jornais ou qualquer tipo de mídia que vão me obrigar a isso e o mais bacana dessa história é que tenho três filhos adolescentes e eles concordam plenamente comigo, entendem que o importante no Natal é estarmos em paz, unidos, com saúde e fazermos uma bela prece para o aniversariante e agradecer a ele o maior presente que alguém poderia nos dar e que ele nos deixou, que são os seus ensinamentos sobre amor, fraternidade, perdão.
Penso e almejo que chegue o momento em que as pessoas durante todos os dias do ano se lembrem que existem pessoas que não tem o que comer, que tem asilos com velhos abandonados a espera de uma visita que ouça suas histórias, que existem orfanatos e abrigos com crianças a espera de um gesto de carinho, que existem doentes nos hospitais a espera de alguém que os conforte no momento da dor, enfim que essa possa ser uma prática constante de suas vidas e não apenas no mês de Dezembro.
Estou tentando fazer a minha parte, decidi não aceitar e não compactuar mais com tudo aquilo que não acredito, com tudo aquilo que sei que não é verdadeiro e que não é puro, abri mão de coisas que sei que no futuro fariam com que eu me arrependesse e essas escolhas apesar dos meus quilinhos a mais me deixaram mais leve e consequentemente mais feliz e é essa felicidade que desejo de coração a todas as pessoas queridas que fazem parte da minha vida, que Deus os proteja e que esse “aroma” de Natal possa estar presente em todos os dias de suas vidas. Um Feliz Natal e sejam felizes, é para isso que estamos aqui!!!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Divagando...


Trabalho em uma casa de acolhimento na zona sul de porto alegre, moram lá 11 meninos entre 12 e 18 anos que por vários motivos foram retirados de suas famílias para que pudessem manter sua integridade física e psicológica preservada, outros já moravam nas ruas antes de vir para nossa casa.
Essa casa é mantida por uma ONG não recebe repasses governamentais, apenas conta com a ajuda de amigos (pessoas físicas) e algumas empresas.
Mas, infelizmente ainda é uma parceria pequena que não permite maiores confortos aos guris, mas com a boa vontade de alguns as coisas vão se ajeitando.
Porém o que me levou a escrever essa reflexão foi uma situação que me deixou indignada. Outro dia os educadores resolveram fazer uma pequena confraternização com os guris, uma partida de futebol dos educadores contra os meninos, alugamos uma quadra e a idéia depois do jogo era levá-los a algum lugar para comer um lanche (um xis que eles adoram), perto da casa tem uma lanchonete com uma boa estrutura e que tem algumas filiais, fui até lá e pedi ao dono se ele poderia dar um desconto já que somos vizinhos e temos dificuldades financeiras, se o xis custava seis reais, quem sabe ele deixasse por cinco e que os guris pudessem levar refrigerante de litrão para diminuir o custo. A resposta foi um sonoro Não, mesmo eu me propondo a pagar adiantado.
Saí dali revoltada e pensando que se fosse eu no lugar daquele cidadão iria dar de graça o lanche para os guris, ou quem sabe cobrar o preço de custo, abriria mão do meu lucro uma vez na vida.
E assim como esse senhor a nossa sociedade está cada vez mais cheia de pessoas que conseguem olhar apenas para os seus umbigos, os outros que se danem, a dor dos seus semelhantes não os comovem, “eu e os meus tendo, o resto que se dane”. Enquanto imperar esse tipo de sentimento e atitude entre os seres humanos, a tendência é que aumente cada vez mais o número de grades em nossas casas, bem como os gastos com segurança, pois uma sociedade que não olha para os que sofrem, para os que não tiveram oportunidades, é uma sociedade que exclui e conseqüentemente ajuda a fabricar bandidos.
Ninguém me convence que uma criança que vive em um ambiente regrado, não interessa se com pais, avós, tios, que tem uma casa decente, boa alimentação, saneamento básico, escola de qualidade vai virar um marginal, duvido, com raras exceções, de vez em quando nos deparamos com essas exceções nos noticiários. Outro dia alguém me disse “tem que matar”, referindo-se a um pedinte na rua, eu perguntei: “você acha que ele teve alternativas, será que optou por essa vida?”. Se tem que matar o pedinte, o ladrão de galinhas, o que dizer então dos grandes ladrões, que roubam com o nosso aval (através do nosso voto) e que andam todos engravatados nos círculos do poder, esses senhores são os grandes assassinos do nosso povo, graças aos desvios de dinheiro que param em seus bolsos, cuecas e meias, milhares de brasileiros morrem na fila do hospital, deixam de freqüentar escola, são vítimas de bala perdida, enfim grandes tragédias urbanas que poderiam ser evitadas se tivéssemos governantes mais decentes. Eles até podem sair impunes graças as vistas grossas de seus comparsas, mas da justiça divina tenho certeza que não escaparão.
Mas o que eu quero dizer mesmos com todo esse desabafo, é que o natal está chegando e de repente parece que todo mundo é invadido “por uma onda de se tornar bonzinho”, lembram de olhar para os que precisam mais, levam bolinho no asilo, panetone no orfanato, e os outros onze meses do ano continuam olhando apenas para seus umbiguinhos.
Vamos procurar fazer com que esse espírito natalino possa pemanecer por mais tempo em nossas vidas e quando tivermos oportunidade não façamos como esse senhor dono da lanchonete, ajudemos, ajudemos sempre que formos chamados, não para sermos chamados de bonzinhos ou solidários e ficarmos com a consciência tranqüila, mas por termos convicção de que essa é a nossa grande missão, que é para isso que estamos nesse planeta: para sermos úteis aos nossos semelhantes
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domingo, 25 de outubro de 2009

Saberes e Mandarim











Outro dia uma pessoa querendo mostrar o quanto ela era melhor do que eu me disse que aos dezesseis anos havia ido morar na Alemanha, que conhecia Paris, Grécia, Holanda, enfim boa parte da Europa e América do Norte. Essa pessoa também me mostrou o quanto sabia de Física, de Arte e muitos outros temas, ficou escandalizada por eu não saber onde nascia o Rio São Francisco. Ouvi por um bom tempo ela discorrer sobre o quanto sua vida havia sido rica e bem aproveitada.
Então resolvi fazer algumas perguntas a essa criatura: Você conhece Bagé, Uruguaiana, Cacequi, Rosário do Sul? Sabe onde nasce o Rio Vacacaí, Rio dos Sinos e o Rio Gravataí? Sabe quem escreveu Casa Grande e Senzala? Já leu a Pedagogia do Oprimido e sabe quem é o seu autor? Já ouviu falar de um movimento que ocorreu na educação chamado Escola Nova e sabe o que preconizava? Já ouviu falar de Jean Piaget e sabe o que são esquemas mentais segundo ele?
Não, essa pessoa não sabia responder nenhuma dessas perguntas e então eu disse: Pois é você sabe muitas coisas, mas não tudo, você conhece coisas que eu desconheço e eu sei de coisas que você desconhece, isso é que é bacana na convivência com o outro, a troca, pois um acaba enriquecendo o outro com os seus saberes. Confesso que meu argumento não adiantou muito pois essa pessoa continuou afirmando que o que ela sabia era muito mais importante, que os meus saberes não valiam nada. Desisti do diálogo, pois entendi que não era o momento e que infelizmente tem coisas que não é nessa passagem pela Terra que se aprende que são necessárias algumas existências ainda para começar a aprender.
Então lembrei de uma historinha que li uma vez sobre um menino que ao ser alfabetizado ficou encantado em descobrir as palavras, ler para ele estava sendo fantástico e então ao chegar em casa foi correndo para a cozinha contar para a cozinheira que trabalhava em sua casa o quanto ele era inteligente e mostrou um livro a ela, pedindo que lesse um texto, ela afirmou que não sabia ler. O menino então a humilhou-a, chamando-a de burra, como era possível que na sua idade não soubesse ler? Nesse instante adentrava na cozinha o pai do menino que o convidou para ir até a biblioteca, chegando lá pegou um livro e pediu que o menino lesse. O garoto ficou olhando para os rabiscos e disse que não entendia nada daquilo, então o pai argumentou: esse livro está escrito em Mandarim, você não deveria ter humilhado a cozinheira pois você não sabe tudo, ela tem saberes que você não tem. Ao longo de sua vida lembre-se que você não sabe ler Mandarim. O menino cresceu, estudou, aprendeu muitas coisas, e sempre que se sentia inflado pelos seus saberes, começando a se achar muito bom, lembrava do seu velho pai falando de que ele não sabia ler Mandarim.
Acredito que essa é uma lição que precisamos aprender: valorizar o conhecimento do outro, por mais simples que ele possa parecer e usar o conhecimento que detemos para promover o bem, a paz, a concórdia e sempre que estivermos começando a nos achar muito bons que lembremos que ainda não sabemos ler Mandarim.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Eu me considero Espírita


Eu me considero espírita. Demorei para me assumir como tal. Tinha o entendimento de que devido a tantas imperfeições, tantos defeitos e outras coisitas mais eu não tinha o direito de me definir como tal.
Mas com o passar do tempo e como a vida nunca deixa de nos ensinar, hoje consigo entender que com todas as falhas que tenho, o que importa mesmo é que eu possa percebê-las e procurar não repeti-las e se possível corrigi-las no mesmo instante.
Entre as muitas imperfeições que tenho, uma delas é ser muito rápida no volante, tenho o péssimo hábito de acelerar mais do que o permitido por lei, e como ando o dia inteiro no trânsito sempre me estresso muito. Pois bem, com a ajuda do meu anjo de guarda (que deve sofrer um bocado com uma protegida tão louca) estou conseguindo melhorar essa situação.
Outro dia, distraída troquei de faixa de trânsito sem sinalizar, só ouvi a pisada no freio do coitado que estava atrás de mim e que estacionou ao meu lado na sinaleira preparado para me xingar. Prontamente, baixei o meu vidro e falei: - Moço me desculpe, eu estava distraída! Ele sorriu e disse “não foi nada”.
Hoje, novamente acelerada fui tentar passar o sinal antes de fechar e acabei parando em cima da faixa de pedestres, de novo baixei o vidro e pedi desculpas para o Sr. que precisava atravessar na faixa e teve que passar pelo meio dos carros.
Acredito ter evitado que duas pessoa saíssem com raiva de mim e desejando que eu me arrebentasse no próximo poste.
Também tenho conseguido evitar briguinhas e discussões do dia-a-dia por entender que não tenho que estar sempre certa, que erro, que o outro tem um ponto de vista diferente do meu, ou que ele ainda não está preparado para determinadas situações.
Porque estou escrevendo isso? Porque estou feliz comigo, porque acho que estou conseguindo engatinhar no caminho da evolução. Estou sendo orgulhosa? Até pode, mas acredito sinceramente que esse não é um orgulho que possa prejudicar-me ou a outrem.
Tenho visto muitos espíritas falando “esse livro o João tinha que ler...”, ou “essa palestra servia direitinho para a Maria...” Por que? Será que já aprendi tudo, já atingi o auge da perfeição que esse livro ou essa palestra não servem para mim? Cadê a humildade das Bem Aventuranças?
Provavelmente nem sempre vou estar com essa tranqüilidade toda e vou acabar vez ou outra “metendo os pés pelas mãos” como se fala popularmente, mas como eu me considero Espírita tenho certeza que será com menos freqüência e que saberei parar e tentar consertar o estrago que por ventura venha a cometer.
Essa modesta reflexão também serve para tantos que tem medo de se dizerem espíritas por não se considerarem dignos de tal. Se pudesse olhar nos olhos destes nesse instante eu diria: “Avante amigo, não se preocupe tanto com suas falhas, não esqueça que o nosso Pai maior, não aponta o dedo para nenhum de seus filhos, ele os abraça e acompanha em sua jornada e se Ele não o julga e muito menos condena, seja mais tolerante consigo mesmo, se ame mais e Seja Feliz, é para isso que estamos aqui”.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Motoristas de Porto Alegre


Li esse texto em ZH e resolvi mandar para o pessoal da minha lista, mas discordo de algumas coisas, não acho que o motorista de Porto Alegre é pouco solidário, acredito que ele é NADA SOLIDÁRIO, É ZERO SOLIDÁRIO, passo no mínimo duas horas por dia no trânsito e perdi a conta das atrocidades que vejo. Quando se quer trocar de faixa de trânsito, começa-se a dar o sinal e o motorista de trás, da outra faixa em vez de diminuir a velocidade acelera, imagino que pensando "você não vai passar na minha frente seu imbecil, eu sou muito melhor que você", e os que param em cima da faixa de pedestres, ou que nem sabem o que é e para que serve uma faixa de pedestres? E os que andam na faixa da esquerda a 20 km por hora, e são capazes de tirar um revólver do porta-luvas e atirar se você ousa dar uma sinal de luz pedindo passagem porque está com pressa??
Há um tempo atrás presenciei uma cena em que um motorista entrando no Hospital da PUC, estava com o alerta ligado e buzinando, pedindo passagem, ora se eu tiver UM neurônio vou deduzir que para ele estar desesperado desse jeito na entrada de um hospital é porque está com uma pessoa passando mal dentro do carro, prontamente joguei meu automóvel para a direita e o deixei passar, mas quem diz que os outros motoristas deixaram, o coitado do motorista jogava metade do corpo para fora do carro pedindo passagem e ninguém dava a mínima. Estacionei meu carro e quando estou entrando na sala da emergência, o motorista desesperado está ao lado de uma mulher com as pernas para fora do carro segurando o bebê que acabara de nascer, graças a "solidariedade" do motorista de Porto Alegre, dentro do carro.
Quanto a "hospitalidade gaúcha" é melhor nem falar nada, só dizer, viajem para outros estados do Brasil (por incrível que pareça, existem outros além do Rio Grande do Sul) e depois venham me falar em hospitalidade.
Só para ficar claro, sou gaúcha da Fronteira mas jamais vou achar que os habitantes desse estado sejam melhores ou piores que quaisquer outros, como falei outra vez, tem suas peculiaridades, como as tem os cariocas, paulistas, mineiros...

Jane Macedo (Gaúcha e motorista em Porto Alegre)





“Em Porto Alegre, o motorista é pouco solidário”



Lister Parreira Duarte

Engenheiro paulista que morou em Porto Alegre







Ele olha para frente, para o umbigo, mas não olha para a sua volta. Você sai de uma garagem em São Paulo, pede licença com o olhar, fazendo um sinal com a cabeça, e ele cede. Em Porto Alegre, o motorista desvia o olhar, acelera e diz “na minha frente não, tchê”. O motorista aí, quando olha em volta, é porque quer briga. Os taxistas fazem sinais obscenos, reclamam, buzinam, aceleram...tudo isso com passageiros no carro. Isso acontecia em São Paulo, mas na década de 70. Nas grandes artérias, que são avenidas de três, quatro ou cinco pistas, em São Paulo você dá o sinal, começa a negociar com os motoristas com o olhar e consegue mudar de pista. Nas ruas de Porto Alegre tu só consegue fazer retorno num descuido de outro motorista. Ande 45 minutos no trânsito da cidade que você vai ver tudo isso que estou falando. Tenho liberdade para falar isso porque me sinto meio gaúcho: morei na cidade, tenho amigos e viajo várias vezes para Porto Alegre. Quando o gaúcho apeia do deu “pingo de lata” tem pouco lugar no Brasil tão hospitaleiro. Talvez essa raiz e vocês, do cara andar pelos campos montado a cavalo e guerreando, preocupado em levar um tiro de um castelhano, tenha colaborado para isso. O porto-alegrense anda de carro como se estivesse no meio de uma guerra.



Texto publicado no Jornal Zero Hora, em 02/09/2009, p.5

terça-feira, 23 de junho de 2009

Mães


Quando se fala em mãe, predomina uma tendência de endeusamento, parece que mãe é um ser de luz infalível, dotado de super poderes capaz de resolver qualquer problema.
Estou falando sobre esse tema com um certo conhecimento de causa, afinal sou filha e sou mãe.
Sem dúvida alguma, e tirando a ironia, é claro que mães são seres dotados de amor ilimitado, paciência idem, etc... etc... porém desconheço criatura que tenha maior facilidade em se sentir culpada do que as mães. Se culpam porque o filho come demais, porque o filho não come, porque está muito quieto, porque é muito falante, porque não quer tomar banho, porque tem mania de limpeza. Para!!!!!!
Gente, mãe é um ser humano como outro qualquer, falível sim, cheio de qualidades e de defeitos também. Nossos filhos antes de serem nossos filhos são nossos irmãos que aceitamos receber para amparar, educar, ajudar na sua caminhada evolutiva e um belo dia, quando suas asinhas estiverem grandes deixar que possa alçar vôos sozinhos.
Acontece que tem mães que estão sempre cortando as asinhas de seus filhos para que eles não voem e fiquem sempre na barra de suas saias. Se essas mães soubessem o estrago que estão fazendo na vida desses filhos, iriam mudar de atitude rapidinho.
Tem marmanjo com quase trinta anos, e as vezes até mais, que tem o nescauzinho preparado pela mamãe, a roupinha lavada do jeito que ele gosta, sem falar nas necessidades financeiras, prontamente atendidas por estas que se matam trabalhando para atender as necessidades do rebento.
Um filho desses nunca será um homem de verdade, com autonomia para tomar decisões e responder por estas quando forem erradas. Um filho desses nunca irá arrumar uma companheira que ande lado a lado com ele na construção de uma nova vida, ou irá arrumar uma mulher (quase sempre mais velha) que assuma o papel da mãe, ou uma totalmente submissa, que se submeta a seus caprichos como a sua progenitora.
Estas mães não educam, elas deseducam, se tornam uma espécie de bengala, da qual os filhos nunca se livram, porque não aprenderam a andar com as suas próprias pernas, e as coitadas acham que são muito boas, que são verdadeiras heroínas por estarem fazendo tudo pelos seus filhinhos. Agradeçam se estes não se envolverem com drogas, pois este é outro comportamento típico desses filhos, afinal nunca nada lhes foi negado, no momento em que se depararem com a primeira frustração fogem rapidinho para este mundo ilusório.
Mãe boa não é aquela que fica esquentando o umbigo no fogão para preparar o prato preferido do marmanjo, ela o chama e ensina-o, prepara junto com ele, para que ele mesmo possa fazer quando ela não estiver presente.
Mãe boa não é aquela que o filho pede uma graninha e ela já vai correndo pegar a bolsa, ela até pode ter a graninha, mas vai dizer que no momento não tem, que quem sabe se cortarem alguma despesa... dessa forma o filho irá entender que dinheiro não dá em árvores, que não está sempre disponível na hora em que se precisa, que é necessário “suar” para tê-lo.
Mãe boa é aquela que com o coração partido e os olhos marejados diz NÃO para algo que ela sabe que o filho queria muito, mas que é uma forma de castigo por uma atitude errada que ele teve lá atrás.
Mãe boa é aquela que diante de suas cobranças ouve o filho dizer “vou embora desta casa!” e ela abre a porta e diz “então vá !” (eles não vão, mas aprendem a não chantagear suas mães).
Mãe boa é aquela que não tapa o sol com a peneira e enxerga quando seu filho está dando sinais de que algo não está bem, e não tem vergonha de procurar a ajuda necessária, seja com médicos, psicólogos ou psiquiatras.
E principalmente, para encerrar, é como eu disse anteriormente, mãe boa sabe que seus filhos, não são seus filhos, são irmãos que estão temporariamente sob sua tutela, para que possam se desenvolver, crescer, ter autonomia e construírem suas histórias, e sabendo disso, essas mães não se preocupam apenas em atender as necessidades materiais de seus filhos, elas cuidam das suas almas, elas cuidam também e principalmente das suas necessidades espirituais.






sábado, 9 de maio de 2009

Maconha





Ontem e hoje, em várias capitais foi realizada a marcha em prol da maconha. Se tinha alguém decente (acho meio difícil) no meio dessa marcha, peço que desconsiderem essa minha opinião, mas acredito que só um bando de desocupados e alienados podem realizar uma marcha defendendo qualquer tipo de droga (o nome já diz tudo).
Porque essa corja não faz uma marcha contra a corrupção, pedindo a renúncia desse bando de deputados e senadores corruptos, gente da pior espécie, que está lá em Brasilia a nos representar? Ou então porque não marcham pedindo que as pessoas tenham acesso a saúde, que possam no momento da doença contar com um atendimento médico digno? Ou ainda, quem sabe, porque não marcham pedindo educação de qualidade para nossas crianças e jovens, que estão saindo das escolas com o título de “analfabetos funcionais” (não conseguem interpretar o que lêem)?
Por que não marcham pedindo segurança, para que nossos filhos saiam de casa e não fiquemos paranóicos pensando se irão voltar? Marchem pedindo que sejam criados novos postos de trabalho, para que chefes de família não vejam seus filhos passando fome.
Não sou uma autoridade no assunto, mas sei de todos os malefícios que a maconha trás, sei que ela é a porta de entrada para todas as outras drogas. Peguem esses miseráveis, que parecem mais uns bichos do que seres humanos, que se arrastam pelas ruas de nossa cidade implorando moedinhas para comprarem pedras de crack, e perguntem qual foi a primeira droga que eles experimentaram, não tenham dúvida, a resposta será unânime: Maconha.
Perguntem aos pais que possuem uma boa condição financeira e pagam caro pelo tratamento de desintoxicação de seus filhos usuários de cocaína, ecstasy e outros tipos de drogas, qual foi a primeira que eles experimentaram, a resposta será a mesma, maconha.
Sei que irão argumentar que não são todos que ficam dependentes, que a maconha é ótima para relaxar, etc... etc... Até pode ser, assim como nem todos que tomam uma cervejinha, um vinho, viram alcoólatras. Agora como é que vamos saber qual é a pré-disposição de cada um para virar um dependente?
Só criaturas muito irresponsáveis podem levantar essa bandeira. Já convivi com jovens e crianças dependentes do crack e maconha, e sei o que estou falando, é muito triste ver uma criança que deveria estar brincando, indo á escola, vivendo sua infância, se debatendo e chorando ao ser contida por adultos para não voltar para a rua, no desespero pela ausência do crack.
E a esses que marcharam, defendendo a liberação da maconha, desejo sinceramente que no futuro não presenciem as cenas que já vi, em sua família e em seu círculo de amizades para que não sejam atormentados pelo remorso, conseqüência dessa atitude irresponsável
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terça-feira, 28 de abril de 2009

Gauchismos á parte







Outro dia me repassaram um e-mail exaltando a maravilha que é ser gaúcho, dizendo que os cidadãos de outros estados são “frustrados”, por não terem tido a oportunidade de nascer nesse estado tão maravilhoso.
Por favor, auto estima é ótimo, faz muito bem, agora excesso de auto-estima beira a doença, e precisa de uma intervenção psicológica ou psiquiátrica.
Sou gaúcha, gosto do meu estado, mas confesso que fico envergonhada quando vejo essa exarcebação em relação ao fato de ser gaúcho.
Acredito que só pessoas que nunca viajaram para fora do estado podem falar essas coisas. Só para esclarecer um pouquinho, sem a intenção de denegrir, mas para que as pessoas possam botar os seus pezinhos no chão, um pouco:

- Desde quando o Ronaldinho é o melhor jogador do mundo? Não entendo nada de futebol, mas que eu saiba essa fase já passou;
- Que estado tão politizado é o nosso que elege Sérgio Zambiasi, Eliseu Padilha e Vieira da Cunha que estão levando as famílias para fazer turismo com o nosso dinheiro, nessa farra das passagens?
- Agora, no resultado do ENEM 2008, o Rio Grande do Sul não teve uma única escola particular colocada entre as vinte melhores do país e apenas uma escola entre as vinte melhores públicas, que é o Colégio Militar de Porto Alegre;
- No último provão da SEC, mais de 80% dos alunos das escolas estaduais ficaram abaixo da média esperada;
- Porto Alegre tem a cesta básica mais cara do país;
- Já andei por alguns estados, e confesso que em nenhum vi um povo que dirige tão mal quanto o gaúcho, acredito que Porto Alegre é o único lugar do mundo onde o trânsito flui mais na faixa da direita, e a da esquerda fica reservada para os que querem andar em câmera lenta. Mais, gaúcho não dá passagem para ninguém (com raras exceções), será que pensam que vão deixar de ser os “tais” se derem a vez para outro motorista?
- Agora acredito que saiu dos livros escolares, mas há um tempo atrás, adoravam dizer que Porto Alegre era a capital mais arborizada do País, quando se sabe que na verdade é João Pessoa na Paraíba.
- Os índices de criminalidade em Porto Alegre, pelo que se vê nos jornais só deve estar perdendo para o Rio de Janeiro.
- Alguém que conhece as praias de Santa Catarina, Natal, Maceió, Fortaleza, João Pessoa e outras, o que tem a dizer sobre o litoral do nosso estado?

Como eu disse a intenção não é denegrir ou diminuir ninguém. Mas acredito que as pessoas precisam se dar conta que ninguém é melhor do que ninguém, somos diferentes, sim, temos nossas peculiaridades, assim como as tem os paulistas, os cariocas, os cearenses, os pernambucanos, enfim. Vamos parar com essa mania de nos acharmos melhores que todo mundo, isso não é verdade, porque quando se começa com essa história, por trás vem algo que considero muito sério, a discriminação, o preconceito, e a implantação da idéia de que tudo aquilo que é diferente da gente não presta.

Uma coisa tenho certeza, melhor que ser gaúcho, paulista ou carioca, é ser Brasileiro!


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Eu acredito na paz.




Ainda bem que não estamos na Idade Média, pois com certeza eu seria queimada na fogueira pelas palavras que escreverei. Outro dia só em sugerir que os professores pudessem refletir sobre suas práticas e entendessem que são seres humanos factíveis de erro, recebi palavras da mais baixa ordem. Imaginem agora eu falando sobre a relação pais-filhos.

Mas vamos lá, que venham as pedras... Durante essa semana fique abalada pela notícia da mãe que matou o filho usuário de drogas, talvez porque eu tenha um filho (não usuário de drogas) com problemas comportamentais, fiquei muito sensibilizada com essa história.

Não quero julgar e muito menos atirar a primeira pedra, mas será que a história precisava ter tido esse desfecho? Será que essa mãe no momento em que saiu para pegar uma arma (acredito que pessoas pacíficas não tem armas dentro de casa) não poderia ter se trancado e chamado a brigada militar?

Acredito que nada acontece por acaso e que os filhos são resultado da educação e da formação que recebem (tirando-se as patologias é claro). E com conhecimento de causa quero dizer aqui que crianças abandonadas, não são aquelas que vem na janela do nosso carro pedir moedinhas na sinaleira e nem aquelas que dormem nas calçadas de nossas cidades em cima de papelões.

Crianças abandonadas também se encontram dentro de belas mansões e estudando em escolas caríssimas. Conheço histórias de mães que ao terem seus filhos os entregam ao cuidado de babás, e quando vão revistas e jornais fotografá-las em suas casas, sentam na cadeira de balanço com o bebezinho no colo, como se fossem a mais doce das mãezinhas. Sei da história de um menino que o mínimo (15 anos) de dinheiro que ele anda no bolso é R$ 500,00, freqüenta a casa de uma amiga minha e se sente bem lá, pelo aconchego de família que paira no ambiente, essa amiga nunca viu os seus pais, sabe que é um médico bem sucedido que ela vê nos programas de TV, outro dia encontrou esse Sr. na porta da escola e foi se apresentar como a mãe que recebia o filho dele em sua casa, ele meteu a mão no bolso e deu uma nota para ela comprar um livro que o filho precisava, minha amiga “desceu das tamancas”, virou as costas e foi embora...

Estou citando esses exemplos para que possamos entender, que se um filho nosso se perdeu pelo caminho, será que nós como pais fizemos tudo o que podíamos? Será que um lar onde se vive de acordo com os ensinamentos do Cristo dá brecha para esses tipos de acontecimentos? Será que conversamos sobre drogas o suficiente com nossos filhos? Será que deixamos nossos filhos desejarem e esperarem por determinados objetos ou no momento em que eles manifestam um desejo já vamos correndo atender?

Uma criança que não convive com frustrações irá tolerar a frustração quando entrar na adolescência ou irá procurar a fuga nas drogas?
Tem um texto que circula na Internet chamado “Mães Más”, de acordo com esse texto acho fundamental que sejamos “Pais Maus”, que sejamos chatos, que queiramos saber onde nossos filhos vão, quem são os seus amigos e a família dos seus amigos, que tenham horário para voltar, que se responsabilizem pelos seus atos.

Muitas vezes recebi em minha casa para dormir, quando meus filhos eram pequenos crianças de seis, sete anos que eu não conhecia os pais, simplesmente largavam no meu portão e iam embora, sorte desse pais que na minha casa não tinha um pedófilo, um traficante... e se tivesse? E se seu filho tivesse sido abusado, fotografado e suas fotos circulado pela internet? É um risco que eles correram ao largar seus filhos para dormir na casa de alguém que não conheciam.

Então minha gente, que fique claro, por melhores que procuremos ser, por mais amorosos (excesso de amor também faz mal) que sejamos, também temos falhas enquanto pais. Se um filho nosso está passando por dificuldades, além de procurar ajuda de profissionais para esse nosso filho, temos que procurar ajuda também para nós, para que aprendamos a lidar com a situação.
Como eu disse anteriormente, falo com conhecimento de causa, já trabalhei com jovens que precisei colocar no meu carro e levar para o HPS, tendo uma overdose, ou então fui chutada no peito tentando segurar uma criança no desespero pelo crack, perdemos algumas dessas crianças, mas salvamos a maioria, só com apoio, com carinho e com ajuda de psicólogos e médicos é claro.

Apesar da dor e do sofrimento, nunca pensamos em dar um tiro para acabar com o sofrimento de qualquer uma das partes, chegamos sim a abrir o portão e mandar embora, depois de inúmeras tentativas fracassadas.

Se essa mãe tivesse a consciência tranqüila de ter feito tudo por seu filho, será que não teria sido mais fácil tomar essa atitude, abrir o portão e mandar embora, dar uma basta na situação, será que precisava tirar a vida?

E o que me chocou mais ainda foram os comentários colocados na internet a respeito dessa notícia, alguns dando parabéns a mãe por ter eliminado o monstro, hoje pela manhã em uma pesquisa de uma emissora de rádio, mais de oitenta por cento dos ouvintes concordaram com a atitude da mãe.

Quanta violência, parece que as pessoas tem sede de vingança e acreditam que violência só se resolve com violência. Pode ser que eu esteja delirando, que seja uma louca, mas eu ACREDITO NA PAZ, acredito que violência pode ser minimizada com atitudes pacíficas.
Agradeço comentários a esse respeito, quero acreditar que não estou sozinha.

sábado, 11 de abril de 2009

Em defesa dos abrigos





Estive pensando sobre algumas pessoas que defendem a extinção dos abrigos. Ainda outro dia vi um conselheiro tutelar afirmar com muita convicção “nós somos contra a abrigagem.” Na hora pensei em colocar o meu ponto de vista, mas o momento não era adequado e deixei passar.

Fiquei, então, refletindo sobre a opinião desse conselheiro e de tantas outras pessoas que defendem essa tese, e me dei conta, mesmo trabalhando em um abrigo de menores, de que, em condições ideais, eu também preferiria que eles não existissem. O que eu gostaria mesmo é que todas as crianças viessem ao mundo em condições dignas, como todo e qualquer ser humano merece.

Começaria pela gestação. Que todas as mulheres tivessem a opção de planejar a gravidez, ter um bom pré-natal, fazendo todos os exames necessários e que, ao nascer, os bebês pudessem ter um pai e uma mãe a cuidá-los, amparando-os, protegendo-os e dando-lhes todo o amor de que toda criança necessita.

Gostaria, também, que todas as crianças tivessem uma moradia digna, com eletricidade e saneamento, acesso à escola (de qualidade), com atendimento médico e quatro refeições por dia, e, se não fosse pedir demais, que pudessem praticar algum esporte. Mas, voltando ao mundo real, sabemos que isso é apenas um devaneio, uma utopia.

Infelizmente, tenho visto a cada dia mais crianças nas ruas e cada vez menores. Perdoem-me o termo prosaico, mas como dizia minha avó, “meninas que não sabem lavar as suas calcinhas”, grávidas, carregando em seus ventres mais crianças para habitarem as ruas de nossa cidade, pois se elas não conseguem cuidar do seu corpo e evitar uma gravidez, como irão proteger e cuidar de outra criança?

E são os filhos dessas “meninas”, que recebemos em nossa casa: preferimos não usar a palavra abrigo e sim casa, pois nossa intenção é proporcionar condições mais próximas o possível de um lar. Estas crianças chegam magras, feias, sujas, com piolhos, ferimentos, tristes e arredias; o único toque que conhecem é o da violência.

Depois de um tempo, estas crianças (todos meninos) são outras: alegres, carinhosas, doces, bonitas, vão à escola, têm atendimento médico e psicológico, praticam esportes, têm uma alimentação de qualidade, atividades de lazer, e começam a sonhar com um mundo diferente daquele que conheciam.

Sentem falta dos pais, sim, pois apesar de tudo o que a vida lhes negou e a despeito de todo o afeto e cuidados que lhes proporcionamos, elas gostariam de ter um pai e uma mãe como as outras crianças têm. Todavia, mesmo sendo crianças, conseguem ter o entendimento de que aquele lugar é o melhor para elas, e que família verdadeira é constituída mais por laços de afeto, respeito, carinho, do que por consangüinidade.

Não posso falar pelos outros abrigos porque desconheço como se dá o trabalho na maioria deles, mas acredito que, como a equipe da nossa casa, devem estar repletos de boas intenções, querendo fazer o bem, pois acreditam e desejam uma vida melhor para as crianças sob seus cuidados.

Então, vamos deixar de ser hipócritas e defender interesses particulares ao afirmar que o melhor para a criança é ficar com a família. Como dizer isso quando se tem conhecimento de pais que violentam seus filhos, que lhes dão surras diárias? Ou quando os forçam a se prostituírem, a pedir esmolas e a muitas outras ignomínias, sabendo-se que tais atrocidades deixam seqüelas incuráveis ou, até mesmo, levam à morte? Como acreditar que esse tipo de “família” pode ser saudável para uma criança?

Devemos nos mobilizar, sim, mas para que se implementem políticas públicas (eficazes) de planejamento familiar para que, num futuro próximo, seja diminuído o número de crianças nas ruas. E enquanto isso não acontece, vamos lutar para que novos espaços de abrigagem possam ser abertos, garantindo que crianças abandonadas possam ter um crescimento físico e psicológico saudável, pois só dessa forma, com um mínimo de igualdade entre todas as crianças, vamos poder pensar em construir uma sociedade mais justa e fraterna para todos.


Jane Macedo

A vida é como o Tetris











Tem um joguinho antigo chamado Tetris ( hoje disponibilizado na Internet, no meu tempo era uns aparelhinhos manuais) que consiste em encaixar blocos e vai se somando pontos, conforme a quantidade de blocos encaixados.

Passo um tempo sem jogar, mas quando resolvo, não quero parar pois a vontade de conseguir superar os pontos obtidos é cada vez maior.

Outro dia, estava jogando e no começo de uma nova partida vi que havia feito uma mancada e jogado de forma errada, então “pensei com meus botões”, vou jogar sem compromisso, só para ver no que vai dar, relaxei e em vez de ficar querendo obter pontos, fiquei só brincando, pois bem foi a maior pontuação que já consegui.

Depois dessa partida fiquei comparando o Tetris com as nossas vidas e pude ver como podem ser semelhantes.

Quando estamos com uma dificuldade grande, um problema muito sério, mergulhamos de tal forma nessa situação, que bate o desespero e não conseguimos ver uma saída, encontrar uma solução para aquela situação que nos aflige.

Mas, se ao contrário desse comportamento, fizermos como eu fiz na partida de Tetris que considerava perdida, deixar correr para ver o que acontece, com certeza acabaremos encontrando uma solução.

Não estou sugerindo que sejamos irresponsáveis, desligados e sim que diante de uma situação complicada procuremos enxergar outros fatores positivos que existem em nossas vidas, outras alternativas, e principalmente que tenhamos confiança em Deus que nunca deixa os seus filhos desamparados.

Muitas vezes mergulhamos de tal forma em um problema e acabamos perdendo a condição de enxergar quantas oportunidades maravilhosas são colocadas em nosso caminho, acabamos sufocando sentidos e deixando de perceber um lindo dia de sol, o canto dos pássaros no nosso quintal, uma nova flor que desabrochou em nosso jardim e dessa forma colocamos de lado esses presentes divinos que nos são oferecidos a cada novo dia que começa.

Que tal enfrentarmos nossas dificuldades como uma jogada de Tetris sem compromisso? Não tenho a menor dúvida que conseguiremos uma excepcional pontuação.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Leite condensado caseiro


Esta é para as "formigas" de plantão. Bateu aquela vontade de detonar uma lata de leita condensado e não tem o famoso aí da foto em casa? Não se aflija, seus problemas acabaram, a dica não é das Organizações Tabajara, mas vale a pena, fica igual.


Coloque no liquidificador 1 xícara de leite em pó, 1 xícara de açúcar cristal e 1/2 xícara de água fervente. Bata por 5 min (ligando e desligando para não avariar o aparelho), se a vontade for muito grande, coma assim mesmo, mas se der para esperar um pouquinho leve ao refrigerador por duas horas. É muito Bom!!!!!!

Sejamos Egoístas!!!!!


SEJAMOS EGOÍSTAS!




Outro dia em uma reunião pública comentávamos sobre o quanto ainda somos egoístas, que não praticamos o bem pelo convencimento da importância de praticar o bem e sim porque no fundo sempre esperamos levar uma vantagenzinha. É verdade, somos ainda seres cheios de falhas e imperfeições, mas mesmo que no fundo tenha uma prática egoísta, acredito que o importante é praticarmos o bem.

Fiquei fazendo depois dessa reunião uma auto reflexão sobre o tema e tentando ver esse tipo de comportamento egoísta na minha pessoa, e não foi difícil encontrá-lo.

Adotei a prática de dar carona para os colegas de meus filhos no trajeto de ida e volta para a escola. Por que eu sou boazinha? Não, porque eu sou egoísta, se eu levar três colegas de carona, são três carros a menos que estarão atravancando meu caminho no trânsito.

Eu reciclo o lixo produzido na minha casa, uso sacolas retornáveis, na medida do possível planto árvores, enfim procuro cuidar bem da natureza. Porque tenho consciência ecológica? Não, porque sou egoísta e estou pensando no futuro dos meus filhos e netos, quero que eles tenham ar puro, água potável, enfim um planeta habitável.

E por aí afora vão pequenos gestos que faço, e acredito que a maioria das pessoas fazem, pensando no seu bem estar, mas apesar da intenção que fundamenta esses gestos não ser a mais nobre, o importante é que o resultado final será positivo, beneficiando várias pessoas.

Então se ainda não desenvolvemos a capacidade de praticar o bem somente pela alegria e felicidade que essa atitude nos proporciona, que sejamos egoístas sim, pois como todos nós estamos destinados ao progresso e a evolução, com esse pequeno começo e treinamento (ainda que egoístico) chegará o dia em que a prática do bem será tão natural e automático em nossas vidas como é natural o ato de respirar e não mais seremos movidos pelo egoísmo e sim pelo amor que desabrochará através das sementes que estão plantadas em nossos corações.


Bom final de semana a todos!!!!

sábado, 28 de março de 2009

Palavrões





Há um tempo atrás, vi na TV uma reportagem sobre uma professora que diante de uma situação onde seus alunos, de uma turma de quarta série falavam muitos palavrões, achou importante pedir a estes que fizessem uma pesquisa, consultassem um dicionário para entender o significado das palavras que estavam falando.
O resultado da solicitação foi que três famílias dos referidos alunos resolveram processar a professora, acharam um absurdo a solicitação dela.
É essa a situação em que muitos professores trabalham hoje em dia, recebem em suas salas de aula crianças sem nenhum limite (observe-se que eram crianças na faixa etária de 10 anos) e quando tentam de alguma forma transmitir alguma regra, algum valor verdadeiro, são processados.
Tenho pena desses pais que pensam que seus filhos estão sempre certos, “afinal são crianças apenas”. Sim, são crianças, mas se não forem educadas na infância, serão quando?
Tenho pena desses pais porque se não aceitam que uma professora oriente seus filhos, estão dessa forma delegando para que a sociedade faça essa “correção” mais tarde, afinal se uma criança de dez anos fala tanto palavrão na sala de aula, como será o ambiente em que ela vive fora da escola?
É claro que sabemos que existem professores e Professores, tem aqueles que fazem questão de humilhar e expor os seus alunos perante a turma, eu como mãe não admitiria uma situação dessas. Muitas vezes meus filhos chegaram em casa comentando situações que aconteceram com seus colegas e constrangidos pela humilhação que estes colegas haviam passado, isso é inadmissível.
Agora, se um filho meu agiu mal, desrespeitou um colega ou professor, quero mais é que ele receba a sanção necessária para que não venha a repetir o erro novamente, afinal ele está indo á escola não apenas para ser formado intelectualmente e sim para receber valores morais, éticos, enfim uma educação integral.
Agora voltando a reportagem, o repórter fez questão de enfatizar que a professora era “evangélica”, por que tal informação? E se ela fosse adventista, católica, espírita, umbandista, também teriam citado essa informação?
Fiquei pensando que a pobre professora além de ter tido uma atitude que avalio como positiva, procurando levar seus alunos á reflexão, ainda vai ter sua atitude avaliada por se evangélica. E aí lembro do Sérgio Brito “para o mundo, que eu quero descer”

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

PRÉ CONCEITOS


Acredito que não sou uma pessoa preconceituosa, aprendi (depois de algum tempo) a respeitar as pessoas do jeito que elas são, com suas crenças, opções sexuais, forma de levar a vida. Mas tem duas coisas que sempre me deixavam meio incomodada, uma é tatuagem, ficava pensando, o que leva uma criatura a marcar seu corpo para sempre? Que espécie de rebeldia é essa? E a outra coisa que me fazia meio que torcer o nariz é essa música que chamam de sertaneja, ou regional, seja lá como for, afinal música sertaneja pra mim era Sérgio Reis, Milionário e José Rico e outros contemporâneos destes.
Mas como a vida nunca deixa de ensinar as lições que precisamos aprender, também a mim ela ensinou.
Um dia desses zapeando, parei em um canal de tv em que tem um programa chamado Troca de Família, é mais ou menos assim, duas mães trocam de família por um período de uma ou duas semanas (não tenho certeza), e uma fica vivendo a vida da outra durante esse período. O programa que assisti, uma mãe de uma família de classe média de São Paulo veio viver na casa de uma família de classe menos abastada em Viamão/RS, e a mãe de Viamão foi para São Paulo.
O pai da família de Viamão, era um sujeito grandão, cabelo raspado, com o corpo e rosto inteiramente tatuados e com uma moto enorme daquelas tipo um triciclo, parecia aqueles bandidões de filmes americanos. Pois no decorrer do programa vi que esse pai de família era um doce de pessoa, simpático, agradável, educadíssimo, bem humorado, uma pessoa totalmente do bem, que não tinha vergonha de chorar quando se emocionava, ele tinha um grupo de amigos motoqueiros que faziam um belo trabalho social na cidade de Viamão, não é preciso dizer que a mãe da família de São Paulo, voltou para a sua cidade encantada com a acolhida que teve e é claro com uma tatuagem. Entendi com este homem que a tatuagem para ele era uma forma de arte, além de ser o seu ganha pão (ele é tatuador) e que o que faz um ser humano ser bacana, não é o fato de ele ter ou não tatuagens e sim a forma como ele conduz a sua vida.
E em relação a música sertaneja, tenho adorado ouvir Victor e Léo, confesso que antes das músicas o que me chamou a atenção foi a beleza dos dois, são lindos, aí comecei a prestar atenção na letra das músicas e são letras simples, mas cheias de sentimento, que tocam o nosso coração, tenho ouvido direto.
Então que nos desarmemos de nossas concepções meio arcaicas e como dizia a minha Vó Dina, não dá pra falar nunca “dessa água não beberei

FILHOS





Vinicius de Morais falava em um poema “ (...)Filhos, melhor não tê-los (...)”, e foi pensando sobre isso que resolvi escrever...

Hoje li no jornal a história de um menino que se suicidou em 2006, com 16 anos, aqui em Porto Alegre. A reportagem falava que esse menino vivia totalmente isolado (do mundo real) em seu quarto, vivia no mundo virtual da Internet e pelo que falava a reportagem era um gênio, falava inglês e francês, sendo que usava praticamente só o inglês para se comunicar com os amigos virtuais, e, tinha um grande talento musical, talento tão grande, que após a sua morte, seu pai encontrou várias músicas de sua autoria no PC e resolveu lançar um CD, com essas composições inéditas, tinham músicas suas que tocavam em baladas na Europa.
Segundo a opinião do pai desse garoto, ele não agüentou a pressão do mundo real, devia ter uma sensibilidade tão grande que o levou a desistir, fugir da pressão que é habitar esse nosso planetinha.
Fico então pensando na grande responsabilidade que nós pais temos enquanto educadores e co-formadores de seres que estão sob a nossa tutela. É fundamental estarmos “de olho” nas mínimas atitudes e gestos de nossos filhos para tentarmos entender o que acontece com eles, já que na maioria das vezes não dividem suas histórias conosco.
Muitas vezes também, com a melhor das intenções, acabamos levando nossos filhos para caminhos que não são os mais indicados para eles e depois pode ser tarde para trazê-los de volta.
Dora Incontri, uma educadora espírita, autora de vários livros sobre educação fala que ás vezes nossos filhos demonstram talento para determinada atividade e nós acabamos incentivando-os a colocá-las em prática e pode ser que tenha sido justamente por isso que eles tenham perecido em outra vida , e vindo nessa (vida) para resgatarem e fazer de outro modo a sua caminhada, e nós, pais, sem nos darmos conta acabamos empurrando-os para repetirem a mesma história.
E como filhos não vem com bula ou manual de instruções, resta-nos o bom senso, a ética, e para quem acredita a Fé em Deus como auxiliares na tarefa de educar, é uma pena que os pais desse menino que se suicidou não tenham conseguido fazer parte do seu mundo, auxiliando-o a resolver os seus conflitos, a enfrentar a sua caminhada com dores e alegrias para que quem sabe ele próprio pudesse estar hoje lançando o seu CD, e não recebendo uma homenagem póstuma.
E a despeito do Vínicius ele também diz “(...)que coisa linda que os filhos são”, é verdade, então que Deus nos proporcione sabedoria suficiente para encaminharmos bem estes irmãos que estão sob nossa guarda temporária.



Jane Macedo (janemacedo.poa@hotmail.com)

Porto Alegre/RS

O X da educação


Muito tem se falado sobre o problema da indisciplina na sala de aula, na falta de respeito dos alunos em relação aos professores, das agressões físicas e psicológicas sofridas por estes. Também se fala muito nas “famílias desestruturadas”, que são essas uma das causas dessa situação difícil.
A leitura que consigo fazer sobre esta discussão é a seguinte: o professor é a autoridade máxima na sala de aula e portanto não pode ser questionado ou desafiado, isso é falta de respeito. Criança pobre é sinônimo de marginal e com certeza originada de família desestruturada.
Agora pergunto: o que é falta de respeito? Um aluno desatento, que faz brincadeiras enquanto o professor fala? Que não tem o comportamento esperado pelo professor? Mas por que será que esse aluno tem essa atitude em sala de aula? Será que essa aula tem a ver com a sua realidade, será que o professor conhece um pouco da história de seus alunos e consegue preparar uma aula que desperta o interesse destes ou usa o mesmo plano de aula de dez anos atrás (afinal são todos iguais mesmo)?
O que é uma família desestruturada? Será que os “mestres”, conseguem entender que as famílias se estruturam umas de forma diferente das outras? Que é raro a família constituída de papai, mamãe e filhinhos?
O que eu vejo é um grande preconceito com crianças e jovens da rede pública (estadual), professores desmotivados, que não tem o ofício de professor como um sacerdócio e sim apenas como uma forma de sustento, é claro que existem exceções e essas palavras não servem aos professores conscientes de sua missão enquanto colaboradores na formação de seres humanos.
Trabalhei durante alguns anos com crianças que não tinham “famílias desestruturadas”, elas simplesmente não tinham família nenhuma, e sim a rua, como lar, mas no momento que essas crianças se sentiam enxergadas, tratadas com respeito e dignidade, acolhidas no sentido real da palavra acolhimento, a transformação era imediata, nunca fui desrespeitada por nenhum deles, apenas recebi abraços, beijos, desenhos e frases de afeto. Cheguei a conviver inclusive com jovens infratores, que já haviam cumprido medidas sócio-educativas na FASE e mesmo estes jovens considerados violentos quando eram tratados como gente e não como marginais, se transformavam em outros.
Acredito que uma das soluções para todas essas dificuldades é os professores olharem para dentro de si e pensarem: “o que estou fazendo aqui”, “o que espero do meu aluno”, “o que o meu aluno tem condições de me dar”, penso que essa pequena reflexão já é um começo, aliado a um desarmamento por parte dos professores em relação aos alunos que recebem em suas salas de aula, que estes não sejam olhados como marginais, mal educados e sim como seres humanos, a maioria com histórias de vidas muito difíceis e que se em vez de um professor que fica lhe cobrando coisas, tiver ao seu lado um amigo que se preocupa em saber como ele está, que pergunte se pode lhe ajudar de alguma forma, que o “ouça” de verdade, com certeza também irá responder de uma forma pacífica.
É claro que junto a isso some-se uma boa reciclagem e formação dos educadores, investimentos na estrutura física das escolas, salário digno aos professores, atividades culturais e esportivas no turno inverso ao da aula, aproximação da família à escola.
Existem muitas escolas da rede municipal que tem excelentes trabalhos em relação á esse tema, quem sabe poderia se estabelecer uma parceria com a rede estadual para a troca de experiência?
Mas não tenho a menor dúvida que um dos X da questão é uma palavra só: amor, está faltando amor por crianças e jovens e principalmente amor pela profissão de professor.



Jane Macedo – Porto Alegre/RS
janemacedo.poa@hotmail.com

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Moda X Ovelhas


Estava assistindo um DVD de 1971, programa de auditório, comecei a observar a roupa que as pessoas usavam, os acessórios, e por incrível que pareça se não fosse pela péssima qualidade da gravação e por ser em preto e branco daria para jurar que era um programa dos dias atuais.
Incrível como essa história de moda se repete, será que falta criatividade para criarem coisas novas? Fico pensando que com essa história de aquecimento global, ecologia e a preocupação com o meio ambiente, poderiam criar uma moda mais alternativa, mas não, é sempre a mesma coisa se repetindo.
Eu particularmente não dou a mínima para essa história de moda, uso o que eu gosto e me sinto bem e pronto, até porque moda, andar todo mundo vestido de forma igual me lembra um campo cheio de ovelhas, tudo igualzinho.
Ainda outro dia li uma crônica da Marta Medeiros em que ela fala que se sente mal quando é convidada para determinadas festas que solicitam um tipo de traje especial, ela argumentava porque não podia ser ela mesma e ir com as roupas que costumava usar sempre no seu dia a dia , porque representar um personagem com vestidos, saltos e maquiagens que não tem nada a ver com ela?
É verdade, porque não somos mais ousados e usamos o que realmente queremos e gostamos?
Ontem parei o carro em uma sinaleira e vi uma mulher atravessando a rua de calça jeans, uma camiseta branca e uma camisa jeans aberta, pensei com os meus botões, é essa roupa que gosto de usar e mais eu adoro camisa masculina, tem uma época que comprava sempre na seção masculina da Renner, depois parei, já tenho um jeito meio masculino, vai que comecem a pensar “coisas” de mim, não que eu tenha alguma coisa contra, minha sexualidade é muito bem resolvida, acontece que por mais que queiramos fugir, acabamos adotando determinados padrões de comportamento.
Mas a partir da minha visão dessa moça ontem (que por sinal era muito feminina) tomei uma decisão, vou sim continuar usando as camisas e os jeans que eu gosto, se não agradar a todos, sinto muito, mas não quero ser mais uma ovelhinha no campo.

Carta aos meus netos


Carta aos meus netos


Meus queridos netos, estou escrevendo-lhes essa cartinha para dizer-lhes o quanto ando preocupada com o planeta que deixarei para vocês. O homem não está cuidando bem da sua casa e me preocupo com a herança que vocês receberão, portanto resolvi lhes escrever essa carta para dizer que se quando vocês chegarem aqui as coisas não estiverem muito boas, não foi minha culpa, eu tentei de todas as formas fazer a minha parte para que vocês chegassem em um planeta Terra agradável.
Pensando em vocês meus queridos, eu reciclo todo o lixo da minha casa, inclusive as pilhas e baterias eu deixo nos postos de coleta adequados, sempre que tenho oportunidade estou plantando árvores, não jogo lixo na rua, cuido do meu carro para que ele não emita gases poluentes mais do que o permitido pelas leis ambientais, não uso mais as sacolas plásticas que os supermercados oferecem, agora eu levo as minhas próprias sacolas e as reutilizo sempre que necessário.
Quero que vocês saibam que por sua causa de vez em quando compro umas briguinhas, ainda ontem enquanto um de seus futuros pais (que só tem 13 anos) estava na escola e eu o esperava na saída, o motorista de uma condução escolar estacionado na minha frente, jogou um copo descartável pela janela, pra que, sua vó virou fera, saí do carro, recolhi o copinho, bati na janela do referido senhor (de cabelos brancos) e disse que ele estava na frente de uma escola e deveria dar o exemplo, que ali não era o local adequado para se jogar lixo. Vocês já pensaram se esse senhor fosse um desses estressados do trânsito e sacasse uma arma e me desse um tiro? Coitadinhos, vocês iam nascer órfãos de avó.
Pois é meus queridos, guardarei essa cartinha para lhes entregar quando chegarem a esse planeta, imagino que daqui a uns 15 ou 20 anos, até lá, meus filhos (seus pais) já estarão bem crescidinhos para formarem as suas próprias famílias, mas enquanto vocês estão se preparando para essa viagem, vou divulgar essa cartinha para outros futuros avós, quem sabe eles me dão a mão nessa caminhada e também começam a preparar um futuro melhor para os seus netos.

Um grande beijo, da vovó Jane.